30 de abril de 2012

GÊNERO INTERROGATÓRIO

Os textos a seguir fazem parte de uma atividade do curso " Leitura e Escrita em Contexto Digital-2012, mais precisamente do módulo 3, onde tivemos que desenvolvê-los a partir de uma sequência de acontecimentos inusitados.
Espero que gostem e boa leitura. (Grupo3)





                                                     SURPRESA FÚNEBRE




    Manhã de sexta-feira, acordo assustada, pois estava tendo um sonho terrível, em meu sonho estava sendo perseguida por um homem desconhecido, quando ele segura forte meu braço, acordo apavorada, parecia tão real!
     Abro os olhos e sinto um grande alívio ao acordar, consulto o relógio de cabeceira e verifico que já é hora de me levantar, pois tenho um longo dia de trabalho pela frente, vou ao banheiro, tomo meu banho e  escovo os dentes, neste momento ouço a campainha, me visto rapidamente e corro para atender a porta. Não vejo ninguém, ou melhor, tem alguém sim, um homem caído na soleira da porta, olho ao redor e não vejo mais ninguém no corredor, abaixo-me, toco o homem e percebo que seu corpo está frio e rígido, sinto um arrepio e constato que se trata de um cadáver, corro para o telefone e ligo para a polícia.
     Em 15 minutos os policiais chegam no local, me fazem algumas perguntas e dizem para que os acompanhe até a delegacia. Vejo que tenho problemas pela frente.
     Ao chegar na delegacia me pedem para esperar numa sala até que me chamem.
     O delegado finalmente me chama e começa o interrogatório:
     _Muito bem Senhora Sílvia, me conte tudo o que sabe a respeito deste crime e é melhor que não omita nenhum fato, certo?
     _Pois então Doutor, foi tudo muito estranho, ouvi a campainha tocar e corri para atender, não vi ninguém e quando olhei para a soleira vi aquele homem deitado, quando o toquei senti que estava morto, levei um susto e fui ao telefone para chamar a polícia.
     _Muito bem, mas me diga uma coisa, onde esteve na noite anterior?
     _Como assim? Ah, estava trabalhando, tinha vários relatórios para entregar e acabei saindo da empresa as 8 da noite, cheguei em casa cansada, tomei um banho, jantei e fui dormir.
     _Ficou sozinha na empresa ou tinha mais pessoas com a senhora?
     _Na verdade meu chefe também ficou, pois ele tinha que verificar os relatórios e dar seu parecer, ficou também um outro funcionário que cuida da limpeza.
     _Certo, vou precisar do nome e endereço dessas pessoas.
     _Claro, vou passar para o senhor.
     Neste momento senti que havia arranjado um problema enorme em minha vida, o escrivão anotava tudo o que eu dizia, enquanto o delegado me observava com muita atenção.
     _Por hoje é só, provavelmente vamos chamá-la novamente, tenha um bom-dia.
     _Obrigada.
     _Ah, é melhor que permaneça na cidade durante as investigações  certo?
     _Sim, claro!
     Fui para casa apreensiva e extremamente preocupada, só me restando esperar para ver o que viria pela frente.
     Escrito por Silvia 24/04/2012

                                 UM ESTRANHO EM MINHA PORTA


     Parecia um dia normal como qualquer outro. Acordei, levantei e espreguicei-me, consultei o relógio e constatei que estava atrasada para o trabalho.
     Corro para o banheiro, tomo um banho, escovo os dentes e me troco em questão de segundos. Logo em seguida, passo um batom, pego minha bolsa e caminho em direção à porta. Procuro a chave e não a encontro, volto para a cozinha e lá está ela sobre a mesa.
     Ao chegar perto da porta, estranho o silencio em volta, pois geralmente neste horário as crianças do condomínio gritam e falam alto. Destranco a porta e ao sair, quase tropeço em um corpo estendido na soleira de minha porta. Entro em pânico, olho em volta e não vejo ninguém.
      Toco em seu rosto pálido e vejo que está frio e rígido. Começo a chorar compulsivamente pelo susto, localizo o celular em minha bolsa e ligo para 190.
      Após quarenta minutos, chegam dois policiais e me perguntam o que aconteceu. Tremo por dentro, pois nunca tivera numa situação parecida. Digo que não sei de nada e eles me comunicam que devo acompanhá-los. Reluto em ir porque estou em período de experiência na empresa e não posso faltar, mas um dos policiais diz que é preciso, senão é o mesmo que assinar a autoria do crime.
      "Autoria do crime? Mas não fiz nada!" penso eu. Nisso a rua já borbulhava de gente. Os comentários e olhares me incomodavam. Entro na viatura e seguimos para a delegacia.
     Chegando lá, aguardo uns trinta minutos, sentada, num banco duro de madeira. O delegado me manda entrar em sua sala e começa o interrogatório:
     _Qual o nome da senhora?
     _ Josilene Freitas.
     _Qual sua idade?
     _Vinte e oito anos.
     _Qual sua função?
     _Vendedora.
     _ Muito bem Dona Josilene, sabe o porquê está sendo interrogada?
     _Sim senhor, um homem apareceu morto em minha porta.
     _Conhecia a vítima?
     _Não senhor, nunca o vi.
     _Qual sua versão para o fato?
     _Não consigo nem imaginar, pois quando acordei, ele já estava lá em minha porta.
     _Ouviu alguma coisa ontem à noite?
     _Não Senhor, cheguei do trabalho às 20 h e 30 min, tomei um banho, jantei e fui ler um livro pouco antes de dormir.
     _Estava sozinha?
     _Sim.
     _E a senhora quer que eu acredite que não ouviu nada e não sabe de nada? Alguém pode comprovar o que disse?
     _Senhor Delegado eu dormi logo, não sei o que aconteceu. Sou inocente.
     _Sr.ª Josilene, está muito difícil de acreditar na sua versão. Conte-nos o que aconteceu?
     Nesse momento comecei a chorar.
     _Já lhe disse Senhor Delegado, não fiz nada, não sei de nada.
     _Muito bem. Vou dispensá-la por hora, mas não saia da cidade.
     _Senhor Delegado, não sei nada sobre esse assassinato...
     _Vamos averiguar e posteriormente entraremos em contato.
     _Tudo bem...
     Quando saí da delegacia, percebi que meus problemas apenas estavam começando...



 Escrito por Iranete às 10h35


28/04/2012 

                                     ALGO A SER INVESTIGADO... 

       Após a correria (digo correria porque já estava atrasada para o trabalho), entre abrir os olhos; consultar o relógio de cabeceira; levantar-me; ir ao banheiro; escovar os dentes; lavar o rosto; ouvir a campainha da porta; enxugar-me às pressas; sair do banheiro; caminhar até a porta; destrancar a fechadura; ver um homem caído no chão; correr e olhar em torno; constatar que não havia ninguém mais no corredor; abaixar-me para tocar o homem; sentir que o corpo estava frio e rígido e que, portanto, era um cadáver; correr para o telefone e discar o número da Central de Polícia, fiquei aguardando e imaginando o que poderia ocorrer comigo com a chegada dos policiais, delegado, polícia técnica e tudo mais.
       Pensado e acontecido, o mesmo que "dito e feito". Horas depois, lá estava eu, na Delegacia mais próxima, em frente ao Delegado, com o escrivão a postos numa mesinha ao lado, pronto para registrar o interrogatório que começou com as perguntas de praxe: nome e endereço completos, apresentação de documentos pessoais, local de trabalho, profissão, para depois passar aos questionamentos sobre o ocorrido.
       O Delegado perguntou-me como eu havia encontrado o cadáver. Contei a ele toda a sequência de fatos já enumerados acima, inclusive o fato de estar atrasada (visto que isso só você leitor já sabia, o delegado ainda não), desde o momento em que abri os olhos até me deparar com o morto no corredor.
        Perguntou-me sobre o meu emprego e a que horas começava a trabalhar. Perguntou também sobre a hora da minha chegada no dia anterior. Quando respondi, ficou intrigado, passou a mão direita pelo rosto vagarosamente, franziu a testa, coçou o queixo e, questionou o porquê do meu atraso para o trabalho, perguntou também o que eu havia feito na noite anterior, após chegar em casa.
        Então, percebi que suas suspeitas recaíam sobre a minha pessoa, visto que o corpo estava rígido e frio, com certeza estava morto há horas. Disse que havia saído com uma turma de colegas de trabalho para comemorar o aniversário de um deles e que me excedi quanto ao horário de voltar para casa. Foi aí que tive certeza que o Sr. Delegado já havia me colocado no 1º lugar na sua lista de suspeitos, se é que havia uma lista, talvez eu fosse o único suspeito. Disse-me com voz grave:
       - Que estranho, a Srª. sair direto do trabalho para a comemoração do aniversário de um colega, após um dia exaustivo de tarefas sob um sol escaldante e calor intenso, sem ao menos um banho e voltar para casa de madrugada, tendo que acordar cedo novamente para mais um dia cansativo, não acha? Ponderei antes de responder:
       -Estranho para o Sr. que, pelo visto, está suspeitando da minha pessoa; para mim, estranho mesmo é ter encontrado um cadáver na minha porta, ter avisado a polícia e agora estar aqui sendo interrogada como se tivesse algo a ver com a morte desse ilustre desconhecido.
       O Sr. Delegado não quis saber a minha opinião apesar de, indiretamente ter perguntado e aconselhou-me a responder minuciosa e precisamente sobre os meus horários, enfim os meus passos nas últimas 24 horas.
       -A que horas a srª. sai para o trabalho e a que horas começa a trabalhar?
       -Às 7h30min e começo a trabalhar às 8h em ponto.
       -E quanto ao horário de almoço?
       -Das 12h às 13h30min.
       -Horário de saída do trabalho?
       -Entre 17h30min e 18h.
       -Ontem a srª. saiu exatamente a que horas?
       -Às 17h40min.
       -E já foi para a comemoração do aniversário?
       -Sim.
       -Pode dizer o local desse evento?
       -Restaurante Alegria & Cia.
       -Nome e endereço do local, por favor.
       -Restaurante Alegria & Cia, sito à Avenida Tiradentes, Nº. 2152, Bairro Jardim da Inconfidência.
       -Até que horário permaneceu nesse local?
       -Até à meia-noite.
       -Voltou para casa sozinha ou acompanhada?
       -Sozinha, no meu prédio, pois há uma amiga que mora no prédio ao lado e estava comigo?
       -Essa amiga é do seu grupo de colegas de trabalho, digo trabalha com a srª?
       -Sim.
       -Srª., vou precisar do nome e endereço completos, não só dessa amiga, mas de todas as pessoas que estavam reunidas nessa festa ontem.
       Nesse instante, certifiquei-me de que meus problemas estavam apenas começando e que haveria outras etapas desse interrogatório.



 Escrito por Dalva às 17h56

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