16 de maio de 2012

RELATO REFLEXIVO
 
     Apesar de já ter feito outros cursos em ambiente digital, nos quais também havia Fóruns para discussão, o trabalho em grupo foi inédito para mim. Percebi o valor da integração e da participação de todos nesse tipo de estudo; não podendo  existir nem "estrelismo", nem "corpo mole".
     Quanto às produções de textos, pude colocar-me no lugar dos alunos e observar as dificuldades encontradas quando temos que escrever para outros, submetendo nosso texto à análise, ou seja, à avaliação, receber uma nota e, com um agravante: somos todos professores, profissionais envolvidos com a prática de leitura e escrita. Depois pensei - nesse contexto, somos todos alunos, aprendentes - então o medo foi embora e o trabalho fluiu normalmente e foi muito bom.

1 de maio de 2012

O grande mistério

 

Há dias já que buscavam uma explicação para os odores esquisitos que vinham da sala de visitas. Primeiro houve um erro de interpretação: o quase imperceptível cheiro foi tomado como sendo de camarão.

No dia em que as pessoas da casa notaram que a sala fedia, havia um soufflé de camarão para o jantar. Daí...

Mas comeu-se o camarão, que inclusive foi elogiado pelas visitas, jogaram as sobras na lata do lixo e — coisa estranha — no dia seguinte a sala cheirava pior.

Talvez alguém não gostasse de camarão e, por cerimônia, embora isso não se use, jogasse a sua porção debaixo da mesa.

Ventilada a hipótese, os empregados espiaram e encontraram apenas um pedaço de pão e uma boneca de perna quebrada, que Giselinha esquecera ali. E como ambos os achados eram inodoros, o mistério persistiu.

Os patrões chamaram a arrumadeira às falas. Que era um absurdo, que não podia continuar, que isso, que aquilo. Tachada de desleixada, a arrumadeira caprichou na limpeza. Varreu tudo, espanou, esfregou e... nada.

Vinte e quatro horas depois, a coisa continuava. Se modificação houvera, fora para um cheiro mais ativo.

À noite, quando o dono da casa chegou, passou uma espinafração geral e, vítima da leitura dos jornais, que folheara no lotação, chegou até a citar a Constituição na defesa de seus interesses.

— Se eu pago empregadas para lavar, passar, limpar, cozinhar, arrumar e ama-secar, tenho o direito de exigir alguma coisa. Não pretendo que a sala de visitas seja um jasmineiro, mas feder também não. Ou sai o cheiro ou saem os empregados.

Reunida na cozinha, a criadagem confabulava. Os debates eram apaixonados, mas num ponto todos concordavam: ninguém tinha culpa. A sala estava um brinco; dava até gosto ver. Mas ver, somente, porque o cheiro era de morte.

Então alguém propôs encerar. Quem sabe uma passada de cera no assoalho não iria melhorar a situação?

— Isso mesmo — aprovou a maioria, satisfeita por ter encontrado uma fórmula capaz de combater o mal que ameaçava seu salário.

Pela manhã, ainda ninguém se levantara e já a copeira e o chofer enceravam sofregamente, a quatro mãos. Quando os patrões desceram para o café, o assoalho brilhava. O cheiro da cera predominava, mas o misterioso odor, que há dias intrigava a todos, persistia, a uma respirada mais forte. Apenas uma questão de tempo.

Com o passar das horas, o cheiro da cera — como era normal — diminuía, enquanto o outro, o misterioso — estranhamente, aumentava. Pouco a pouco reinaria novamente, para desespero geral de empregados e empregadores.

A patroa, enfim, contrariando os seus hábitos, tomou uma atitude: desceu do alto do seu grã-finismo com as armas de que dispunha, e com tal espírito de sacrifício que resolveu gastar os seus perfumes. Quando ela anunciou que derramaria perfume francês no tapete, a arrumadeira comentou com a copeira:

— Madame apelou para a ignorância.

E salpicada que foi, a sala recendeu. A sorte estava lançada.

Madame esbanjou suas essências com uma altivez digna de uma rainha a caminho do cadafalso. Seria o prestígio e a experiência de Carven, Patou, Fath, Schiaparelli, Balenciaga, Piguet e outros menores, contra a ignóbil catinga.

Na hora do jantar a alegria era geral. Não restavam dúvidas de que o cheiro enjoativo daquele coquetel de perfumes era impróprio para uma sala de visitas, mas ninguém poderia deixar de concordar que aquele era preferível ao outro, finalmente vencido.

Mas eis que o patrão, a horas mortas, acordou com sede.

Levantou-se cauteloso, para não acordar ninguém, e desceu as escadas, rumo à geladeira. Ia ainda a meio caminho quando sentiu que o exército de perfumistas franceses fora derrotado. O barulho que fez daria para acordar um quarteirão, quanto mais os da casa, os pobres moradores daquela casa, despertados violentamente, e que não precisavam perguntar nada para perceberem o que se passava.

Bastou respirar.

Hoje pela manhã, finalmente, após buscas desesperadas, uma das empregadas localizou o cheiro. Estava dentro de uma jarra, uma bela jarra, orgulho da família, pois tratava-se de peça raríssima, da dinastia Ming.

Apertada pelo interrogatório paterno Giselinha confessou-se culpada e, na inocência dos seus 3 anos, prometeu não fazer mais.

Não fazer mais na jarra, é lógico.

O grande mistério. Stanislaw Ponte Preta. Rosamundo e os outros. Rio de Janeiro: Editora do Autor: 1963.

Série vagalume e gibis.


Uma experiência marcante para mim foi quando eu li toda a série vagalume, pois eram livros de aventura que os professores indicavam.

Nesta época pude viajar, ou seja, conhecer lugares, viver experiências e aventuras, todas dentro da minha imaginação de criança. Foram livros assim que me despertaram para o mundo mágico da leitura.

Eram tempos difíceis, por que não encontrava os livros para emprestar somente para comprar e meus pais não tinham condições de comprar, eu lia os livros só depois que meus amigos tivessem lido.

Outra leitura foi muito marcante para mim os gibis que na época eram mais popular e facilmente encontrados e também mais barato, eu e meus colegas trocávamos muitos gibis e sempre estava lendo um gibi diferente, mais o gibi não era material pedagógico na época não podia ler ou leva-los para escola, hoje vê alunos levando e lendo gibis na escola principalmente nas aulas de leitura os professores pedem para que vários materiais e inclusive o gibi os alunos tragam de suas casas.

A leitura na escola ficou mais prazerosa hoje em dias os alunos tem mais liberdade de escolha para leituras por que começar a ler tem ser algo que a criança goste e escolha a sua preferência pelos vários gêneros de leitura.



Ailton